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Emissário dos EUA em Benghazi, enquanto rebeldes líbios criticam OTAN

Um diplomata estadunidense sustentou hoje em Benghazi contatos com opositores de Muamar Kadafi para discutir suas necessidades logísticas e financeiras, enquanto os rebeldes criticaram que consideraram insuficiente a campanha militar da OTAN.

A reunião do ex-vice-chefe de missão na embaixada dos Estados Unidos em Trípoli Christopher Stevens com dirigentes do Conselho Nacional de Transição (CNT) confirmou a ação norte-americana sobre o terreno para tratar de acelerar a queda do líder líbio.

Fontes do CNT, a estrutura criada pelos insubordinados a Kadafi com sede em Benghazi, ressaltaram jornalistas que Stevens se interessou pelo tipo de sistema político que preveem instaurar neste país, em um cenário hipotético de vitória sobre o Exército regular.

No entanto, enquanto teve lugar o contato “de primeira mão” para comprometer ajudas monetárias e de armamento, militares líbios desertores e outros estrangeiros continuam o adestramiento de civis em técnicas de guerra e o manejo de arsenais.

A presença do emissário norte-americano em Benghazi, a onde segundo diferentes fontes entrou desde Egito, insuflou otimismo aos rebeldes no relativo a receber o que Washington chama apoio “não letal”, apesar de que estuda vias para sortear o embargo de armas à Líbia.

No entanto, o chefe militar da rebelião, Abdel Fattah Younes, expressou ontem sua insatisfação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) depois que os irregulares perderam o controle de Brega (este) e seguem em desvantagem em Misratah (oeste).

“A OTAN não nos está dando o que queremos”, se lamentou o ex-ministro do Interior do Governo de Kadafi em coletiva de imprensa, ao considerar que “se (a aliança ocidental) quisesse libertar Misratah o teria feito antes” com bombardeios mais intensos sobre essa cidade.

A aparente crítica do chefe militar insurreto para a OTAN obedeceu à recente intercepção de duas embarcações rebeldes carregadas com armas e suposta ajuda humanitária que navegavam de Benghazi a Misratah, violando o embargo imposto pela ONU.

Ainda que insinuou que poderia pedir ao Conselho de Segurança da ONU que suspenda a missão da aliança atlântica, Younes reclamou ajuda depois de reconhecer o recuo dos rebeldes de Brega até uns 20 quilômetros em direção a Ajdabiya.

Os confrontos em torno do enclave petroleiro de Brega prosseguem e os insurgentes asseguraram ter preparada artilharia pesada para arrebatar aos leais a Kadafi a mencionada localidade, que tem mudado de mãos em várias ocasiões no último mês e meio.

Por outro lado confirmou-se o início de operações marítimas em Tobrouk, próximo da fronteira egípcia, para a exportação de petróleo com possível assistência de Qatar, depois que o próprio Younes afirmou que os rebeldes tinham legitimidade e apoio estrangeiro para essa transação.

(Prensa Latina)

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