Os cubanos acordaram na quarta-feira, 29 de agosto, com a notícia da morte de Carilda Oliver Labra, a poeta que transcendeu por seu trabalho de autêntica cubanidade, por sua sensibilidade e pelo delírio pela cidade que a viu nascer.
Carilda, Prêmio Nacional de Literatura teve como destino a poesia, segundo firma seu biógrafo Urbano Martínez Carmenate. Também é bem verdade que seu horizonte criativo foi marcado de maneira essencial pelo amor patriótico, o único consolo para suportar a dor do exílio político de sua família. «…Essa tragédia… só posso sobreviver a ela quando me agarro à Pátria», escreveu ela.
Esse sentimento, juntamente com o valor de sua obra poética, fez dela digna da admiração e afeição de todo o povo, resumiu o general-de-exército Raul Castro em uma mensagem de congratulações por seu 95º aniversário.
Na carta, Raúl lembrou a repercussão de Canto a Fidel, um sinal de sua coragem e a lealdade comprovada à Revolução e seu Líder Histórico.
Esta intelectual de Matanzas, autora desse poema épico, foi precisamente uma das pessoas que melhor decifrou a natureza indomável e o gênio do líder em sua juventude.
Em seu lar, na rua Tirry, onde a morte a surpreendeu, Carilda admitiu há alguns anos que seu livro favorito era ‘Al sur de mi garganta’, «pelo amor que tenho por ele e porque foi meu primeiro prêmio; mas há livros mais avançados, na ordem técnica, escritos com mais ternura e amor… coisas mais puras…».
TRIBUTO PÓSTUMO
«Todo o trabalho de Carilda Oliver Labra, figura essencial da cultura cubana, foi uma canção à vida», significou Alpidio Alonso, ministro da Cultura, durante o funeral do Prêmio Nacional de Literatura, realizado na quarta-feira, 29 de agoto, na casa grande da Calzada de Tirry 81.
A empolgante despedida foi encabeçada por Lázara Mercedes López Acea, membro do Bureau Político; e Víctor Gaute, membro do secretariado do Comitê Central do Partido. Também estavam presentes personalidades culturais, intelectuais, artistas e moradores de Matanzas de várias gerações.
UNEAC LAMENTA FALECIMENTO DE CARILDA OLIVER LABRA
A União dos Escritores e Artistas de Cuba expressou suas mais sentidas condolências aos familiares e amigos da poetisa Carilda Oliver Labra, cujo falecimento em 29 de agosto, na cidade de Matanzas, deixou um vácuo na Literatura Cubana e na Língua Espanhola. Carilda fez uma contribuição importante à poesía amorosa, bem como também à poesia social de Cuba.
«Em 1957 e em arriscados momentos de combate expressou seu apoio à causa revolucionária enviando à Serra Maestra seu poema ‘Canto a Fidel’. Os escritores e artistas cubanos estaremos sempre orgulhosos de ter contado em nossos fileiras com uma escritora de seu tamanho e sua qualidade humana».
(Granma)