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O risco perante a Covid-19 aumenta

canel ciencia reunionO presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, reitera apelo às famílias para que aumentem a responsabilidade social e as medidas higiénico-sanitárias, especialmente durante as festas de fim de ano

Na semana anterior foi notificado o maior número de casos da Covid-19, a partir dos três primeiros casos confirmados no país no dia 11 de março, foi informado na terça-feira, 29 de dezembro, durante uma reunião do Grupo de Trabalho Temporário de Prevenção e controle da doença, chefiado pelo presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.

«Já se passaram 41 semanas desde o início da epidemia em Cuba. O país, como poucos no mundo, mantém o controle sobre ela, mas os riscos aumentam à medida que se reduz a percepção dele em segmentos da população», advertiu repetidamente o chefe de Estado.

Até o momento, em dezembro, que já está terminando, a média de casos por dia subiu para 108,6. Isso significa um aumento em relação a novembro de 125,3%.

A letalidade acumulada desde o início da pandemia até esta terça-feira foi de 1,23% (11.601 casos com 143 mortes), sendo que até agora em dezembro foram sete mortes, sendo o terceiro mês com menos mortes, resultado claramente da robustez dos protocolos cubanos para enfrentar a Covid-19.

Durante o mês de dezembro, as províncias com maior índice de transmissão são Havana, Santiago de Cuba, Matanzas, Artemisa, Villa Clara e Pinar del Río. Elas respondem por 72,4% dos casos diagnosticados no país no mês.

A informação foi prestada pelo ministro da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, durante o encontro, realizado por videoconferência e com a presença das principais autoridades das províncias e do município especial de Isla de la Juventud. Marcaram presença, ainda, o vice-presidente da República, Salvador Valdés Mesa; o presidente da Assembleia Nacional, Esteban Lazo Hernández; primeiros vice-ministros, ministras e ministros, juntamente com gestores e especialistas em saúde pública.

De acordo com a origem da infecção, em dezembro foram registrados 1.345 casos importados (47,6%) e 1.479 casos autóctones (boa parte deles relacionados a pessoas vindas de outros países: 88,8% dos 1.181 casos importados são viajantes cubanos).

No último mês do ano, a média diária de caixas importadas foi de 51,7. Isso representa um aumento de 221,1% em relação a novembro. Os principais emissores foram os Estados Unidos (719 casos –53,5% -), México (141 pacientes –10,5% -), Haiti (94 pacientes –7% -) e Panamá (89 casos –6,6% – )

OLHAR PARA FORA, MAS TAMBÉM PARA DENTRO

O impacto dos casos importados da Covid-19 e a estratégia cubana neste sentido, foi o foco do encontro do presidente da República com cientistas e especialistas que participam das atividades de ciência e inovação tecnológica em face do novo coronavírus.

No encontro, também realizado nesta terça-feira, 29, os Doutores em Ciências Raúl Guinovart Díaz e Lisette Sánchez Valdés apresentaram os resultados do Estudo sobre o comportamento epidemiológico dos viajantes em Cuba.

Ao fazer uma análise sobre a doença no país e em outras nações como Uruguai, Nova Zelândia, Coreia do Sul e o Japão, o dr. Sánchez Valdés confirmou que Cuba continua sendo um país com bom controle da Covid-19.

«A taxa de incidência acumulada é de 8,75 casos em cada 100 mil habitantes até 28 de dezembro», afirmou. No entanto, em uma avaliação específica após a abertura dos aeroportos internacionais, houve um ressurgimento e cerca de 60% dos infectados são contatos de primeira ou segunda ordem de casos importados.

A maioria dos viajantes com a Covid-19 que transmitem a doença são cubanos que vão para as casas. Enquanto isso, a transferibilidade de estrangeiros que se hospedam em hotéis é baixa, enfatizou Sánchez Valdés.

Relatou que a maioria dos casos importados (57,5%) são diagnosticados no segundo dia, o que confirma a validade da decisão do país de aplicar um primeiro PCR em tempo real na chegada dos visitantes ao aeroporto.

O reverso da moeda é que o resto é detectado posteriormente, e 72,3% dos viajantes positivos para a Covid-19 transmitem a doença a partir do segundo dia, e até 10 e 12 dias após a chegada, o que significa um alto risco, ao morar com sua família e na comunidade.

Os especialistas recomendaram manter uma vigilância estrita e exigir o cumprimento das medidas de saúde estabelecidas para os viajantes internacionais, dada a alta probabilidade de contágio.

O dr. Antonio Aja Díaz, diretor do Centro de Estudos Demográficos da Universidade de Havana, insistiu que na transmissibilidade da Covid-19 o impacto do turismo não é um problema, tem mais a ver com a entrada de nacionais no país e sua grande mobilidade. Ele insistiu na necessidade de aumentar as capacidades de monitoramento em nível municipal, especialmente nas capitais provinciais.

O presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, reiterou o seu apelo às famílias para que aumentem a responsabilidade social e respeitem as medidas higiénico-sanitárias, especialmente durante as festas de fim de ano. «O que está acontecendo tem muito a ver com o comportamento das pessoas», refletiu.

No encerramento do encontro, o presidente homenageou os cientistas e especialistas que participam das atividades de ciência e inovação tecnológica no enfrentamento ao novo coronavírus, pelo novo ano e pelo 62º aniversário do Triunfo da Revolução. «Nossos parabéns e a gratidão pela contribuição que estão dando», disse.

(Tirado de Granma)

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