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«Contamos com uma história inspiradora para lançar-nos ao combate»

Canel julio 22Durante a sua intervenção, na quinta-feira, 16 de julho, no Conselho de Ministros, retransmitida à tarde, durante o programa Mesa Redonda, na televisão, o presidente da República, Miguel Díaz-Canel assegurou que a estratégia do país para o fortalecimento da economia constitui «um plano que defende um ideal, não como ideia de perfeição, mas sim como a soma de objetivos a conseguir».

«Os referidos propósitos», detalhou, «consistem em implementar os acordos do Congresso do Partido e cumprir com as demandas populares, emanadas do debate das Diretrizes, derrotar a política do bloqueio, enfrentar a crise global que o neoliberalismo e a pandemia exacerbaram, e aplicar ciência e inovação para afiançar o desenvolvimento, bem como legitimar o ideal socialista como único caminho conhecido rumo à prosperidade com justiça social».

Informou que o disposto foi aprovado pelo Bureau Político e tomou como bases o Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Conceituação do Modelo Econômico e as Diretrizes.

A referida estratégia, cuja implementação vai começar de imediato, teve em conta, segundo o parecer do presidente, a situação do mundo e do país, bem como as propostas derivadas do debate público, da academia, e inclusive daqueles que atacam a Revolução.

Díaz-Canel lembrou que, em nível global, está se expandindo uma profunda crise global provocada pela Covid-19, o derrubamento definitivo dos paradigmas neoliberais que vinha defendendo o imperialismo, unido ao exercício abusivo da hegemonia imperial, baseada na pressão permanente a outros governos, a interferência, a violência, a ameaça de intervenção militar, a reativação da Doutrina Monroe, a obsessão contra Cuba e a Venezuela.

«A Ilha maior das Antilhas», sublinhou, «está enfrentando a escalada do bloqueio, com medidas constantes de perseguição financeira, congelamento de contas bancárias, ações para desprestigiar funcionários cubanos, cortes no envio de remessas, sanções a empresas que mantêm negócios com Cuba, ao que se acrescentam as tentativas de promover posições políticas opositoras. Temos que pensar», afirmou, «que estamos em médio de um campo de batalha».

Segundo o presidente, «em questões de direito e de sociedade eles não abriram mão na procura de pontos de quebra da unidade nacional, magnificando os possíveis dissensos, relativamente ao matrimonio igualitário o racismo, a violência contra a mulher ou os maus-tratos aos animais, assuntos nos quais viemos trabalhando seriamente, a fim de resolver dívidas de séculos que somente a Revolução conseguiu enfrentar».

«Portanto, resulta imprescindível compreender», segundo aprecia Díaz-Canel, «que enquanto mais fronts eles possam abrir e enquanto menor seja a capacidade das nossas instituições politicas e sociais para resolver as questões pendentes e desmontar com argumentos as falácias, nossos inimigos obterão maiores resultados».

«Devemos ser capazes», orientou, «de gerar uma estratégia de comunicação com rigor e ferramentas mais ajustadas à nossa realidade e à singularidade de nosso povo. Não obstante, a maneira mais efetiva de comunicar é fazer as coisas e fazê-las bem».

O chefe de Estado convocou a aproveitar as nossas potencialidades, a não burocratizar os processos ideológicos, sermos mais proativos e anteciparmo-nos às possíveis manipulações por parte da mídia.

«Os inimigos trabalham para espalhar desesperança e desalento e falam em um “apartheid econômico”. Mas acaso isso resulta possível», questionou o presidente, «em um país que se preocupa porque chegue o maior número de coisas possíveis a todos, por igual».

Em sua intervenção, Díaz-Canel asseverou que será mantido, a um custo tremendo, um nível de vendas nas lojas em CUCs (divisas) e CUPs (pesos cubanos), fundamentalmente alimentos, produtos de higiene, coisas para bebês, leite em pó; e também vão se juntar mais atores econômicos para substituir produtos que não possam ser importados, como móveis, roupas e calcado.

«Mas precisamos», explicou, «vender um número de produtos em Moeda Livremente Conversível (MLC) para ter divisas e continuar alargando esse comércio e, com isso, poder contar com recursos para introduzir uma parte na indústria nacional e outra parte para sustentar o restante da comercialização».

Durante o seu comparecimento, o presidente reiterou que, em meio da situação complexa que estamos enfrentando, desde meados do ano passado, continuamos procurando soluções para todos e o que foi feito é para um bem comum.

«Há escassez de determinados produtos», reconheceu, «mas, por que há? Entre outras coisas», respondeu, «devido ao bloqueio, porque não podemos importar tudo aquilo que queremos, porque nos interrompem os créditos e impedem que chegue o combustível ao país».

Perante esses obstáculos há outros que, segundo as palavras de Díaz-Canel, «temos que continuar enfrentando: os especuladores, de maneira mais decisiva e intensa; os revendedores que nos complicam a vida, os casos de corrupção, o mercado ilegal de divisas. Mas nesse combate», acrescentou, «temos a força da Revolução e a participação do povo».

«Como Governo», ressaltou, «cabe-nos atender, escutar, diferenciar a crítica honesta do ato malicioso, argumentar e aplicar tudo aquilo que contribua; somente assim vamos ganhar a confiança e se pode provar que tudo aquilo que fazemos é para salvar o país e avançar».

«Nos últimos meses», reiterou, «temos enfrentado carências no abastecimento de alimentos, insumos e matérias primas, bem como sanções que minguaram nossos ingressos em divisas. Anda assim», apontou, «conseguimos manter a vitalidade da atividade produtiva, os investimentos fundamentais, as medidas para proteger a toda a população perante a pandemia; também não colapsou o sistema de Saúde e temos ajudado outros países».

O presidente lembrou que a Revolução, em seu avanço histórico, provou a sua vocação de justiça. «Devemo-nos ao povo, respeitamo-lo e queremo-lo e trabalhamos em prol do seu bem-estar. Sob essas premissas nos propusemos enfrentar a situação pós-Covid-19, não somente para resistir, mas também para avançar e fortalecer-nos».

Segundo Díaz-Canel, a estratégia econômica e social exige um comportamento da economia com intensidade e inovação, pois, em termos simples, desenvolver a economia significa oferecer maior bem-estar ao povo. Trata-se de retomar o que ficou pendente daquilo que foi aprovado durante os Congressos do Partido e tirar os obstáculos identificados, tendo em conta que as transformações em andamento, exigem a implementação de 209 Diretrizes.

«Em todas elas», alertou, «há chances e riscos que devemos enfrentar, mas o pior risco seria não mudar nada e perder o apoio popular. As medidas», precisou, «terão uma implementação gradual, com a agilidade e a eficácia que o momento exige».

«Cabe-nos», segundo a opinião do presidente, «aprender a viver com menos importações e mais exportações, potencializando os sistemas produtivos locais. Do mesmo modo, a implementação da estratégia exige preparação por parte dos organismos e de uma comunicação que consiga levar toda a informação ao povo».

«Neste momento», enfatizou, «vamo-nos concentrar na produção de alimentos, na soberania alimentar, o qual acarreta importantes transformações na agricultura, incentivos, apoio em créditos, mudanças nos mecanismos de comercialização, bem como nas relações entre empresas estatais e outras formas de gerenciamento». Da mesma forma, é preciso:

● Reorganizar o comércio interior.

● Fortalecer a empresa estatal socialista.

● Transformar o ambiente monetário no investimento estrangeiro.

● Modificar o sistema de distribuição de divisas da economia.

● Incrementar a participação da indústria nacional, como principal fornecedor de bens e serviços que necessita a economia.

● Aumentar e diversificar as exportações.

● Aperfeiçoar e alargar o trabalho do setor não estatal.

● Eliminar a taxa ou gravame ao dólar.

● Canalizar as remessas em função do desenvolvimento econômico.

● Incrementar os incentivos fiscais aos exportadores.

● Desenhar e implementar o mercado de dívida pública, com o envolvimento de diversos atores.

● Completar e implementar a tarefa da unificação monetária e cambial.

«Cuba», afirmou o presidente, «volta a ser desafiada pelo contexto mundial e por uma agressiva política imperial. Não procura, mas não tem medo. Contamos com uma história inspiradora para lançar-nos ao combate. A isso se acrescenta o talento dos cientistas e do pessoal da Saúde, que nos coloca entre os países que conseguiram controlar uma pandemia terrível».

Quase no fim de sua intervenção, Miguel Díaz-Canel fez questão de lembrar o preclaro Conceito de Revolução do Comandante-em-chefe Fidel Castro, e tornou patente que: «Pudemos e poderemos. Pudemos enfrentar e controlar a pandemia e pudemos e poderemos enfrentar a crise. Força Cuba, que continuaremos vivendo, impulsionando a economia e vencendo. Viva Cuba Livre!».

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