«Se o ano letivo foi suspenso no cenário atual, então nossas crianças e jovens não podem andar nas ruas. É para que eles permaneçam nas casas, com toda a responsabilidade e comprometimento que a família implica», insistiu o presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, na tarde da quarta-feira, 25 de março.
Ao liderar a reunião de trabalho, realizada sistematicamente pelo governo cubano para avaliar a situação atual que o país apresenta com o novo coronavírus e as ações para enfrentá-lo, o chefe de Estado entendeu que é necessário minimizar ao máximo os riscos de contágio, nos quais considerou vital continuar promovendo o isolamento social do maior número de pessoas. Associado a isso, enfatizou a urgência de, como já indicado, evitar reuniões desnecessárias no local de trabalho.
«É hora» — disse — «de procurar alternativas e promover diferentes maneiras de fazer as coisas, como trabalhar remotamente, mesmo no sistema comercial, sempre que o trabalho permitir».
Da mesma forma, enfatizou princípios que devem continuar sendo rigorosamente atendidos, como o trabalho detalhado nos aeroportos, que permite detectar pessoas com sintomas a partir daí, e a operação de centros de isolamento que foram condicionados para que os viajantes que chegam para o país cumprir os 14 dias de quarentena estabelecidos.
Com relação ao trabalho nas comunidades, o ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, anunciou que mais de 3,5 milhões de pessoas continuam sendo investigadas diariamente, das quais quase 32.000 foram identificadas com sintomas respiratórios e quase todas atendidas pelo médico de família.
«Que em todos os lugares seja seguido o protocolo estabelecido para a realização das pesquisas, constitui um dos principais desafios para nossas instituições de saúde e áreas de atendimento», destacou Portal Miranda. «O trabalho realizado como parte dessas ações», disse, «também é essencial para alcançar o isolamento oportuno daqueles que podem ser identificados como contatos de pessoas suspeitas de portar a doença ou pacientes já confirmados».
Por outro lado, o vice-primeiro ministro, Roberto Morales Ojeda, enfatizou a importância de garantir a todos os profissionais de saúde os meios necessários para sua proteção. Ao se referir ao uso das máscaras, ressaltou que este corresponde não apenas aos trabalhadores do setor, mas também à população, sempre de forma responsável e cumprindo as regras para seu uso correto.
«Que todo mundo que possa usar as máscaras o faça» — considerou o presidente da República — «pois é outra maneira de nos proteger».
Evitar a concentração de pessoas, foi o apelo feito pelo primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz. «Este é o momento», avaliou, «para evitar papeladas e filas desnecessárias nos locais onde a população é atendida; que apenas os funcionários permaneçam para assuntos urgentes, porque nas ações que adotamos hoje também vai a vida de nosso povo».
AS CHAVES SÃO: INFORMAÇÃO, DISCIPLINA E PERCEPÇÃO DE RISCOS
É uma ameaça real e, portanto, motivo de preocupação para todos os governos em todo o mundo. O novo coronavírus, que apareceu na China, hoje inclui-se na lista de perigos que pairam sobre a humanidade no auge do século XXI.
O fato de ele estar em Cuba já é um fato e, diante dessa realidade objetiva, o país está se preparando para prevenir novas infecções e impedir sua disseminação. A existência de um plano governamental específico é prova de que não esperamos nos sentar, mas que nosso pensamento proativo também se aplica a situações como essa.
Aqueles que acompanharam nossos meios de comunicação nas últimas semanas concordarão que o máximo de informações possível foi fornecido através deles, não apenas sobre os sintomas que acompanham a infecção ou sobre a notificação oportuna de casos de contágio, mas de cada uma das medidas adotadas pelo Estado cubano para minimizar os danos que o vírus poderia causar nas esferas humana, social e econômica.
Os detalhes de logística, treinamento de pessoal para cuidar dos infectados, bem como a instalação de centros de isolamento e vigilância extrema foram avaliados com precisão.
Cuba possui um maravilhoso tesouro chamado atendimento primário de saúde, onde o médico de família e a enfermeira se tornam elos essenciais na cadeia de serviços prestados pelo setor. A isto deve-se acrescentar que a vigilância epidemiológica não é um processo desconhecido para nós, porque no confronto diário com o vetor que transmite a arbovirose conhecida, familiarizamos-nos com a responsabilidade de cada um de nós em manter a higiene, com a identificação de sintomas e com a visita oportuna ao médico, não apenas como uma necessidade, mas como um dever do cidadão de prevenir a infecção. Claro, digo familiarizados, porque não podemos assumir que todo o nosso povo assume igualmente a importância desse comportamento.
Não podemos ignorar o fato de que um número significativo de profissionais de saúde cubanos tenha enfrentado epidemias perigosas e mortais, como o Ebola. Certamente, os protocolos de ação e o gerenciamento variam de acordo com a doença, mas há capacidade, experiência e profissionalismo para lidar com esse tipo de situação. A tudo isso, devemos acrescentar o enorme potencial científico que nosso país tem, validado com o uso próprio de medicamentos cubanos para o tratamento do Covid-19 em outras regiões já afetadas, como a China.
Hoje estamos mais bem preparados, com um sistema de saúde mais forte, considerado como referência no nível internacional; portanto, nossa capacidade de resposta é superior e claramente muito mais eficaz.
Mas a chave do sucesso, a estratégia inevitável, o principal recurso, é a disciplina de todos os cubanos, sua consciência, sua percepção de risco objetivo, sem o pânico que apenas complicaria a implementação de todas as medidas do plano, concebido em face do perigo representado pelo novo coronavírus.
É o momento de máximo rigor na prevenção, no autocuidado, na responsabilidade familiar e individual, em ser bem informado pelos canais oficiais, ignorando fontes não confiáveis ou o boato daqueles que se aproveitam para espalhar insegurança e medo.
Existem princípios relativos à maturidade dos povos, que podem ser aplicados nas mais diversas circunstâncias. Se se trata do Covid-19, apliquemos também o princípio da unidade, do pensamento coletivo, da participação de todos, pois diante do risco, pelo menos em Cuba, e como sempre foi, ninguém ficará sozinho ou desamparado.
(Source: Granma)