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Mais novidades em medicamentos cubanos para o presente e o futuro

Medicamentos CubaOS projetos científicos liderados pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) continuam advogando pela obtenção, através da via recombinante, de proteínas e hormônios, vacinas e meios de diagnóstico, produção de anticorpos monoclonais, aproveitamento da biomassa e a transformação das células e os tecidos.

Inaugurado em 1º de julho de 1986, o CIGB possui um equipamento avançado, além de modernas capacidades produtivas e pessoal especializado, para trabalhar na biotecnologia. Esta é uma novedosa ciência que combina métodos e técnicas no estudo das relações biológicas dos seres vivos, especialmente os unicelulares, atendendo à fusão da microbiologia, a engenharia química, a bioquímica e dando compreensão na mecânica microbiana.

Suas mais de 50 pesquisas têm como fim gerar vacinas preventivas ou terapêuticas; produzir fármacos para tratar diferentes doenças em seres humanos e animais; inovar tecnologias e conhecimentos para o desenvolvimento de novos produtos, produção, serviços e atividade comercial, baseado em um sistema de qualidade que permita a estes produtos ser avaliados, patenteados e registrados, tanto em nível nacional como em outros países.

Inserido na Organização Superior de Direção Empresarial Biocubafarma, no CIGB desenvolvem antígenos, proteínas recombinantes de uso terapêutico, peptídeos sintéticos, anticorpos monoclonais, sistemas diagnósticos e outros projetos para medir e e quantificar, bem como a biotecnologia em plantas, que inclui alimentos funcionais e aquicultura.

Acerca dos projetos científicos do centro, o professor Gerardo Guillén Nieto, diretor de Pesquisas Biomédicas, mencionou à imprensa a obtenção de vários fármacos já registrados, como o Heberprot-P, para curar as úlceras do pé diabético e a Proctokinasa, supositórios para tratar das crises de hemorroides, dos quais se fazem mais estudos para sua melhor eficácia. Também se pesquisa na obtenção de uma variedade de produtos como o HeberNasvac, Heberferon, Heberprovac, CIGB-210, CIGB-247, CIGB 300, CIGB-552 e CIGB 814.

O HeberNasvac é um antígeno recombinante para ser administrado de forma intranasal que age contra a Hepatite B crônica, estimulando a imunidade sistémica e em nível das mucosas. Não se descarta a aplicação subcutânea e pode ser mais uma opção terapêutica disponível para os pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite.

Entre suas vantagens permite um tratamento mais curto e com diminuição do número de doses, comparado com o Interferon e com os antivirais (prescrito indefinidamente, usualmente durante toda a vida). É uma vacina muito segura com menos reações adversas. As mais frequentes são leves e de curta duração: dor no local da injeção, espirros, secreção e prurido nasal, ardor local leve e febre menor de 38 graus Celsius.

Na pasta de projetos do CIGB contra doenças infecciosas são incluídas as vacinas combinadas e o antígeno contra a hepatite B, ambos registrados em Cuba, em 2015. A isso se acrescentam vacinas antivirais em estudo para tratar de patologias como a dengue, a hepatite C e outros tipos de infecções.

Heberferon

O Heberferon hoje é considerado uma formulação farmacêutica eficaz para o tratamento do câncer de pele, atendendo a que é produzido pela exposição direta aos raios ultravioletas e por predisposição genética. São muito frequentes quando há queimaduras na epiderme provocadas pelo Sol e devido ao envelhecimento natural das pessoas.
As indagações científicas deste medicamento indicam que pode ser efetivo em pacientes com tumores cerebrais malignos e em carcinomas renais de alto risco, conseguindo maior expectativa de vida, pelo qual se realizam pesquisas mais específicas.

Heberprovac

O Heberprovac constitui uma vacina terapêutica contra o câncer de próstata avançado, dirigido à geração de um peptídeo sintético que consegue uma resposta imune do organismo, produzindo a inibição da produção de testosterona e a atrofia da próstata. Com isso pode haver uma sobrevivência de cinco anos, devido ao bom correlato clínico, imunológico, bioquímico e endócrino.

CIGB-210

Um outro péptídeo capaz de modificar os filamentos da substância vimentina (uma das proteínas fibrosas) no citoesqueleto celular é o nomeado CIGB-210 qualificado como um inibidor do vírus da imunodeficiência humana (HIV), primeiro em seu tipo.

Este constitui um novo candidato a fármaco contra o HIV, por sua baixa probabilidade de aparecimento de resistência, ao utilizar como alvo uma proteína celular. Tem pouca probabilidade de efeitos secundários devido à sua reduzida toxicidade. Pelo mecanismo de ação do CIGB-210, deve esperar-se uma significativa diminuição dos efeitos negativos por problemas de aderência, ao poder ser fornecido espaçadamente.

Espera-se que este fármaco se torne um novo antiviral com um mecanismo de ação diferente, deve superar as limitações dos produtos farmacológicos existentes no mercado e também tem possibilidades de conseguir a cura funcional. Por outro lado, existem evidências experimentais que apontam a que o CIGB-210 tenha possibilidades de proteção profiláctica.

CIGB 300

O CIGB 300 aponta a se converter em uma modelação de peptídeos miméticos que pode destruir diferentes tipos de câncer. Sua função está em inibir nas células tumorais o proceso da fosforilação (mecanismo de transporte da energía desde os lugares onde se produz até onde se necessita, pelo qual regula a atividade das proteínas em geral e das enzimas em especial). Isso dá lugar à indução de apoptose (morte celular). Esta droga já foi avaliada em humanos e demonstrou seu perfil de segurança.

CIGB-247

Outra vacina terapêutica subcutânea é o CIGB-247 que utiliza o fator de crescimento do endotélio (tecido) vascular como antígeno em diferentes adjuvantes, muito efetivo na vascularização da retina. Este produto é pesquisado para o tratamento dos tumores sólidos e com possível repercussão em outras doenças crônicas de importância para o homem, como a degeneração macular associada à idade.

CIGB-552

Um peptídeo antitumoral de segunda geração dirigido a alvos moleculares com utilidade no tratamento do câncer e suas metástases é o CIGB-552. Este produto induz a morte celular e bloqueia a progressão do ciclo das células tumorais, sem provocar efeitos negativos nas normais.

Com ele se demonstrou que provoca um potente efeito antitumoral em diversos modelos de tumor, em animais imunocompetentes e uma ampla janela terapêutica para tratar do câncer de colon. Tem efeito antimetastásico no modelo para o carcinoma de pulmão. Seu fornecimento subcutâneo é eficaz e seu estudo atinge os tumores de mama, pâncreas, linfomas e outros.

CIGB-814

Um péptídeo para o tratamento da artrite reumatóide e várias doenças autoimunes é o CIGB-814, projetado a partir de ferramentas bioinformáticas e produzido por síntese química. Os pesquisadores cubanos contam com evidências de que este produto induz a morte nos clones de células patógenas quando os pacientes estão em atividade.

Todos estes projetos de pesquisa ainda não são conclusivos totalmente, alguns já ultrapassaram as fases de testes clínicos I e II, mas se indagam neles para obter outros resultados que possam ser produzidos e comercializados, atendendo a que o CIGB mantém alianças de troca e comércio com mais de 50 países.

O professor Gerardo Guillén Nieto caracterizou este centro de alta tecnologia com os termos inovação e novidade, pelas ideias próprias geradas a partir das pesquisas, com um nível de amplitude e diversidade que alcança a toda a população cubana necessitada de tratamentos médicos específicos.

«Nossos programas de pesquisa se caracterizam por serem cem por cento o resultado da inventiva dos pesquisadores cubanos, muitos deles fundadores do centro, com 32 anos de trajetória, que sentem seu maior prazer ao obter as evidências científicas para suas indagações», asseverou o diretivo.

(Granma)

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