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Nova agenda educativa mais além de 2030

niños escuela primariaA Direção Nacional de Educação Primária, do Ministério da Educação e o Instituto Central das Ciências Pedagógicas têm pela frente um importante cometido: preparar Cuba para o Estudo Regional Comparativo e Explicativo da Qualidade da Educação, que será realizado em 2019.

Este exercício é realizado pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação, organismo que constitui a principal via para o monitoramento e dar continuidade à Agenda Educativa 2020-2030, estratégia global que traçaram os ministérios da Educação para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em matéria de ensino.

Em 1997 e 2006 foram realizados os primeiros estudos regionais. Em ambas as ocasiões a Ilha obteve a primeira colocação nos testes aplicados em todas as séries e, ao mesmo tempo, conseguiu importantes resultados em relação à igualdade de oportunidades.

«No estudo de 2006, Cuba conseguiu demonstrar a existência de equidade: em matéria de equidade de gênero as crianças de ambos os sexos apreendem igualmente» — garante o doutor Paul Torres Fernández, coordenador nacional perante o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação.

«A Ilha também permitiu verificar que as escolas rurais são tão eficientes em matéria de rendimento cognitivo quanto as urbanas. Também, veio à toma que em alunos da terceira série, ao se comparar a variável de nível econômico e cultural da família com a do rendimento cognitivo, não importa que as crianças procedam de famílias de baixo ou alto nível. No caso de Cuba, as crianças obtêm resultados muito semelhantes».

«Isso está dizendo, em termos pedagógicos, que a escola primária cubana é capaz de gerar equidade e de contestar as dificuldades e limitações que provêm do lar. Isto tem um impacto político extraordinário».

Préviamente ao exercício avaliativo de 2019, a educação no nível primário será submetida a dois estudos regionais: um no mês de maio e outro em 2018. Em uníssono está inserida no processo de aperfeiçoamento do sistema nacional de ensino. A esse respeito refere a diretora nacional deste subsistema de ensino, máster Odalis García Figueroa:

«De modo gradual nós estamos trabalhando na revisão dos materiais e na reformulação da primeira e quarta séries. Outra tarefa muito importante é a experiência que vamos implementando em seis províncias do país (Santiago de Cuba, Villa Clara, Artemisa, Mayabeque, La Habana e Pinar del Río). Trabalhamos, em parceira com o Instituto Nacional das Ciências Pedagógicas, na aplicação prática de maneira experimental dos materiais que se vão elaborando, como parte do aperfeiçoamento».

Relativamente ao aperfeiçoamento, quais são os resultados até o momento e quando se generalizam?

Doutor Paul Torres Fernández.— «Ainda não terminaram de ser elaborados os programas. Estão em processo de revisão e análise. Nestes três anos da experiência temos vindo a trabalhar, com certeza, na criação de condições na escola para ajudá-la a se desempenhar de forma mais independente no tratamento do currículo escolar».

«Em geral, os resultados são positivos. Estamos prevendo que no próximo ano letivo possamos começar a testar novos programas, novos livros de texto, novos cadernos de trabalho e novas orientações metodológicas nas escolas experimentais».

«Para isso não vão ser somente os centros docentes das seis províncias antes mencionadas. A partir deste ano letivo se determinou começar a incorporação da experiência nas escolas de todos os territórios. Vamos ter um período de ensaio antes de tornar os resultados gerais».

«O teste da parte curricular vai ser feito em todas as escolas experimentais, ao longo do país, antes de tomar a decisão de implementá-lo definitivamente na totalidade das escolas».

Em relação com o aluno do primário: quais serão as mudanças quanto ao que deverá fazer como estudante?

Odalis García Figueroa.— «A partir das modificações que estamos incorporando na concepção curricular, exige-se um aluno com mais destaque, ao qual — a partir da flexibilidade que outorgamos para que cada escola possa ter seu currículo e possa organizar o trabalho, de acordo com o lugar onde está localizada — se possa dar maiores possibilidades de desenvolver atividades complementares e culturais. Isto, sem dúvida, coloca o estudante em um patamar de maior destaque».

«Estamos trabalhando para que, a partir da sala, sejam concebidos sistemas de tarefas docentes, que exijam maior independência cognoscitiva do aluno, que o prepare para enfrentar-se às atividades que aparecem em seu livro de texto e para assumir, de maneira diferente, a avaliação escolar. Insistimos nos trabalhos práticos. Dessa maneira, o aluno tem um nível mais ativo, mas reflexivo, mais destacado e cria melhores condições para que possa acessar ao nível de ensino secundário. Essas são nossas aspirações».

Doutor Paul Torres Fernández.— «Temos que condicionar o aluno para que confie mais em suas potencialidades e em seus recursos; demonstrar-lhe que não tem que estar chamando o professor constantemente para responder um tema. Devemos trabalhar nisso, não somente pensando no aperfeiçoamento».

«Estamos à procura da independência curricular para as escolas e para o desempenho dos estudantes. Temos que ir preparando nossas crianças e trabalhar com força sua independência cognoscitiva e personológica».

Há muito tempo Cuba cumpriu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relativos ao tema da educação. Tendo como referência este Estudo Regional Comparativo e ao aperfeiçoamento do sistema nacional de ensino, Quais são os objetivos da agenda educativa cubana para 2020-2030?

Dr. Paul Torres Fernández.— «A Agenda 2020-2030 não é só de Cuba, é mundial. Nós somos assinantes desse compromisso internacional: o novo programa de trabalho da ONU, com vista ao desenvolvimento sustentável».

«O interessante da Agenda 2020-2030 é que supera as aspirações que existiam nos Objetivos do Milênio. Estamos falando de metas superiores. Nos ODM se falava de desenvolver uma educação em massa e de qualidade. Agora se fala mais do que isso, estamos oferecendo elementos de equidade a partir do momento em que se incorpora a inclusão como um componente a atingir na educação».

«Trata-se de verificar até que ponto os sistemas educativos nacionais são capazes de gerar equidade, além de proporcionar educação em massa».

«Cuba tem a potencialidade. Temos que verificá-lo porque nossa escola demonstrou ter capacidade para fazê-lo. Do que se trata agora é que isso se alastre, aprofunde-se, consolide-se, caso avançar nesse rumo».

«Temos a confiança e a certeza de que nosso país, ainda que o nível fique alto, mais uma vez o volte a atingir. Conhecemos a qualidade, o nível de sacrifício, o esforço e disposição dos professores cubanos; conhecemos a capacidade de apoio da família cubana. Estamos apostando nisso.»

(Granma)

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