Notícias »

WWF reconhece Cuba como o único país com desenvolvimento sustentável

desarrollo-sostenible1Tradução de Elissandro dos Santos Santana, para Cubadebate
Colunista socioambiental e tradutor do Portal Desacato
Revisor da Revista Latinoamérica
Membro do Conselho Editorial da Revista Letrando

Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável, segundo o relatório bianual apresentado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) na terça-feira, em Pequim, e que informava que o ecossistema “está se degradando a um ritmo sem precedentes na história”.
Não significa que Cuba seja um país perfeito, porém que é o que cumpre as condições.
De acordo com o relatório, que WWF elabora a cada dois anos que, pela primeira vez, foi apresentado na capital chinesa, sim, as coisas seguem como na atualidade; até 2050, a humanidade necessitaria consumir os recursos naturais e a energia equivalentes a de dois planetas Terra.
Trata-se de um círculo vicioso: os países pobres produzem um dano per capta à natureza muito menor, porém, à medida que vão se desenvolvendo, e, nesta situação, estão China ou a Índia, o índice vai aumentando a níveis insustentáveis pelo planeta.

A “Pegada Ecológica”

WWF apresentou em seu relatório um gráfico no qual sobrepõe duas variáveis: o índice de desenvolvimento humano (estabelecido pela ONU) e a chamada “Pegada Ecológica”, que mostra a energia e os recursos por pessoa que se consomem em cada país.
Surpreendentemente, somente Cuba possui, em ambos os casos, níveis suficientes que lhe permitem ser designado um país que “cumpre os critérios mínimos para a sensibilidade”.
O ecossistema está se degradando a um ritmo sem precedentes na história.
“Não significa, é claro, que Cuba seja um país perfeito, porém, sim, que é ele que cumpre as condições”, destacou Jonathan Loh, um dos autores do estudo.
“Cuba alcança um bom nível de desenvolvimento segundo a ONU, graças a seu alto nível de alfabetização e uma esperança de vida bastante alta, enquanto que sua pegada ecológica não é grande por ser um país com baixo consumo de energia”, acrescentou Loh, quem apresentou o estudo em Pequim.
De fato, a região latino-americana, em geral, parece ser a que se encontra mais próxima da sustentabilidade, já que outros países como Brasil ou México estão próximos dos critérios mínimos necessários, diante da situação de regiões como África (com baixo consumo energético, porém, muito subdesenvolvida) ou Europa, onde se dá o caso inverso.
“Não sei exatamente a que se deve este fato (a boa situação da América Latina), porém, sim, é possível perceber que é ali onde as pessoas parecem mais felizes, e, talvez, se deva a um maior equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente”, assegurou o autor do estudo.

Diminuição do número de vertebrados

Apesar das boas vibrações transmitidas pelo bloco latino, a situação global que o relatório do WWF traz é assustadora: por exemplo, o número de espécies de vertebrados caiu 30 por cento nos últimos 33 anos.
Na América Latina, as pessoas parecem mais felizes e, talvez, isso seja devido a um maior equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente.
A pegada que o homem deixa é tal que “se consomem recursos em um período muito rápido, o que impede a Terra de recuperá-los”, destacou o diretor geral do WWF, James Leape, que também participou da apresentação do relatório em Pequim.
A “Pegada Ecológica” do homem, seu consumo de recursos, triplicou segundo o WWF entre 1961 e 2003, pelo que o ser humano já impacta o planeta 25 por cento mais do que o processo regenerativo natural da Terra pode suportar.
Há também um agravamento da situação, apesar dos esforços como o Protocolo de Kyoto para tentar corrigi-lo: no relatório anterior do WWF, publicado em 2004, o impacto do homem excedeu em 21 por cento a capacidade regenerativa do planeta.

(Com informação de EFE)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados. *

*