Um porta-voz da etnia panamenha NgÃñbe Buglé reiterou hoje a decisão irrefutável de exigir o fechamento definitivo da hidroelétrica Barro Blanco, que uma multinacional levanta sobre o rio Tabasará, em domínios da nação indígena.
A próxima segunda-feira é o prazo que deu o Governo do Panamá para a decisão final da mesa de diálogo sobre a obra em conflito, e os que se opõem ao projeto estão dispostos a se levantar em todo o país contra a conclusão da central elétrica se essa passar, disse à imprensa Ricardo Miranda, do movimento indígena M-10.
Este representante do povo NgÃñbe nas conversas, realçou que o Governo deve se pronunciar pelo povo e não a favor do capital estrangeiro, e denunciou que Barro Blanco foi desde seus início imposto à força, com polícias, mas que há muitas irregularidades em sua execução.
“Temos sido amigáveis, aceitamos e participamos na mesa de diálogo, contribuímos com provas que demonstram que o projeto não é viável, e esperamos que se emita um veto a favor do povo”, assinalou Miranda.
Outras declarações similares foram respondidas recentemente pelo presidente do país Juan Carlos Varela, que disse que se decidirá o que mais convenha a todos os panamenhos e recusou qualquer ultimato.
A construção custou à empresa Generadora do Istmo, S.A. (Genisa) aproximadamente 130 milhões de dólares até o momento, quando asseguram ter executado 95% da obra.
Em fevereiro deste ano, a então Autoridade do Meio Ambiente ordenou a suspensão temporária da obra, depois de encontrar discrepâncias com o estudo de impacto ambiental.
Uma semana depois iniciou-se o diálogo, onde participam os integrantes das comunidades indígenas e camponesas que com toda certeza serão afetados, Genisa e o Governo, além de delegados das Nações Unidas como mediadores.
Segundo os líderes nativos, a pressa da hidroelétrica afetaria diretamente a 270 pessoas que vivem perto de a bacia do Tabasará, e indiretamente a três mil que dependem desse afluente para suas atividades.
Genisa alega que não há afetação alguma à nação e só incidirá minimamente em 5,81 hectares o transcorrer do rio que deságua em áreas anexas a comunidades indígenas, pelo qual -assegurou- subscreveram dois acordos de compensação com as autoridades locais.
(Prensa Latina)