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Uma Venezuela politicamente fortalecida

Caracas, 8 out (Prensa Latina) A Venezuela acaba de realizar um processo eleitoral que fortaleceu politicamente o país e o situou em melhores condições para levar adiante o período 2013-2019 sob a direção do reeleito presidente Hugo Chávez.

Para esta disputa nas urnas, o chefe de Estado conseguiu aglutinar a seu redor as principais forças políticas de esquerda, agrupadas no Grande Polo Patriótico (GPP).

A política venezuelana tem hoje como principal organização o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Chávez e com um crescente número de militantes e simpatizantes.

Nestas eleições, 11 organizações respaldaram, junto ao PSUV, a aspiração de reeleição de Chávez, entre as quais o Partido Comunista da Venezuela, o Movimento Eleitoral do Povo, o agrupamento Tendência Unificada para Atingir o Movimento de Ação Revolucionário e o Pátria para Todos (PPT).

Também deram seu apoio a Unidade Popular Venezuelana, Pela Democracia Social (Podemos), Novo Caminho Revolucionário, Independentes pela Comunidade Nacional, Revolucionários Organizados pela Venezuela, Partido Revolucionário do Trabalho e Redes de Resposta de Mudanças Comunitárias.

Consciente da importância de contar com uma base forte e sobretudo da união das forças progressistas, o líder venezuelano lançou em 2007 a ideia de um partido único revolucionário: o PSUV.

No entanto, ao calor deste processo eleitoral foi conformado o GPP, uma força que não foi criada só para as eleições, segundo afirmaram dirigentes dos partidos e movimentos que o integram.

Pelo outro lado, a partidos Ação Democrática (AD) e o social cristão Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (COPEI), que governaram durante quase meio século até 1999, são hoje apenas sombras daquelas organizações outrora poderosas.

Ambos, que se alternaram na administração como resultado de um acordo, são considerados responsáveis pelos muitos problemas nacionais, em particular a pobreza de milhões de pessoas em um país com uma enorme riqueza petroleira.

Para alguns analistas, o esgotamento desses dois agrupamentos foi aproveitado pelo partido Primeira Justiça (PJ), o qual assumiu o protagonismo político da oposição em disputa com Vontade Popular e Um Novo Tempo.

Assim, Henrique Capriles foi eleito durante as primárias candidato presidencial pela direita, como representante único da Mesa da Unidade Democrática (MUD) e com o respaldo de 22 partidos, mas essa unidade foi se debilitando.

Numerosos depoimentos sugeriram que o crescente descontentamento nas filas opositoras era devido à estratégia de exclusão desenvolvida pelo PJ.

A desunião interna aumentou quando quatro organizações retiraram o apoio a Capriles para as eleições: Unidade Democrática, Pedra, Mãos pela Venezuela e Cambio País.

De qualquer modo, Chávez e os partidos que o acompanharam nas eleições dentro do GPP estão prontos para enfrentar o próximo período de governo tendo como guia o programa apresentado por Chávez e seu empenho de aprofundar os princípios socialistas.

Esta perspectiva, junto à obra de governo nos últimos anos, de um marcado corte social, faz previsível um fortalecimento das posições do presidente que, com um partido fortalecido, marcará novamente o rumo futuro da política venezuelana.

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