Bogotá, 16 mai (Prensa Latina) A Câmara de Representantes da Colômbia aprovou um projeto de lei que estabelece um marco legal para a paz no país e que permitiria uma eventual negociação com os grupos armados à margem da lei.
O projeto foi ratificado com 126 votos a favor e quatro contra, e agora deverá passar aos dois últimos debates no Senado da República.
A votação ocorreu depois de uma jornada violenta na capital, onde se registrou um atentado com explosivo contra o ex-ministro de Estado Fernando Londoño e onde foi desativado horas antes um carro bomba.
Em dito ataque com explosivos, saiu ferido Londoño, dois de seus escoltas morreram e outras trinta pessoas ficaram feridas.
O presidente da República, Juan Manuel Santos, agradeceu ao Congresso, através de sua conta na rede social de Twitter, a aprovação do projeto apesar do ataque.
Para o Governo, essa norma daria ao mandatário as ferramentas necessárias para buscar um eventual cesse do conflito armado interno mediante uma negociação com os grupos armados.
No entanto, essa iniciativa é fortemente recusada por um setor poderoso da direita, entre os quais estão precisamente Londoño e o ex-presidente Álvaro Uribe.
Inclusive alguns analistas não descartam que o atentado esteja relacionado com o debate sobre essa iniciativa e sua iminente aprovação.
Sobre essa hipótese, observadores sustentam que como Londoño é um representante da direita, o atentado teria como fim abortar o projeto e culpar a extrema esquerda pelo atentado.
Nesse sentido, lembram que no assassinato do também político de direita Álvaro Gómez, ainda não resolvido, uma das hipóteses mais fortes sempre foi a que os jagunços que executaram o crime foram mandados pela tendência mais radical desse setor político (a própria direita).