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Expropriação da petroleira YPF Argentina a exame de deputados

Buenos Aires, 2 mai (Prensa Latina) A Câmara de Deputados da Argentina iniciará hoje o debate de um projeto de lei para declarar de interesse público o autoabastecimento de hidrocarbonetos e expropriar 51 por cento das ações da petroleira YPF.

Os debates no recinto começarão às 15:30 horário local e se prolongarão até a meia-noite, para passar por um intervalo e reiniciar a discussão na quinta-feira pela manhã.

Estima-se que às 20:00 horário local desse mesmo dia possa realizar-se a votação geral da iniciativa, que conta já com meia sanção do Senado, para imediatamente depois abrir a discussão de cada um dos artigos.

Meios de imprensa aqui estimam que o projeto poderia se converter em lei nesta quinta-feira com o respaldo de mais de 200 dos 257 legisladores que conformam a Câmara de Deputados, o que resultaria uma das votações com maior consenso favorável registrada nos últimos anos no Legislativo.

Além da oficialista e maioritária Frente para a Vitória, a expropriação de 51 por cento das ações da espanhola Repsol na YPF é apoiada pela União Cívica Radical, Frente Ampla Progressista, Projeto Sul e por parte da Coalizão Cívica e da Frente Peronista.

Na última quinta-feira, um plenário de comissões da Câmara de Deputados decidiu a favor com maioria -mais de 70 assinaturas a favor- da iniciativa, enviada ao Congresso da Nação no dia 16 de abril pela presidenta Cristina Fernández.

Além do projeto oficial, a Câmara de Deputados emitirá outras três decisões de minoria, que em seu conjunto contam com o respaldo de 13 legisladores.

A proposta do Executivo declara de interesse público nacional tanto o autoabastecimento de hidrocarbonetos como a exploração, industrialização e comercialização destes recursos, a fim de garantir o desenvolvimento econômico com igualdade social no país.

Ao fundamentar a decisão de voltar a ter o controle estatal sobre a petroleira YPF, privatizada em 1992, Cristina Fernández considerou necessário recuperar o domínio de recursos que -sublinhou- não só são estratégicos, como são vitais.

Pontualizou também que, como consequência do mau desempenho da Repsol, entre 2001 e 2011 as reservas de combustível no país se reduziram em 50 por cento, enquanto a baixa produção obrigou a que no ano passado a Argentina se convertesse, pela primeira vez, em importador líquido de gás e petróleo.

Se prosseguir esta política de esvaziamento, de não produção nem exploração, nos tornaríamos um país inviável não por falta de recursos, mas como resultado de péssimas políticas empresariais, advertiu.

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